O Tribunal do Estado do Vaticano condenou à prisão neste sábado Paolo Gabriele, ex-mordomo do papa Bento 16, por roubar documentos oficiais no escândalo conhecido como Vatileaks. Gabriele, 46 anos, recebeu pena de um ano e seis meses de prisão.
A sentença foi lida pelo presidente do tribunal, Giuseppe della Torre, após duas horas de deliberações. A sentença dada pelo juiz foi de três anos de prisão, depois reduzida pelo fato de Gabriele não ter histórico criminal, ter pedido perdão ao papa e por sua dedicação à Igreja.
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O veredicto encerra o julgamento de uma semana que representou um constrangimento para a Igreja. A série de documentos roubados, que depois foram vazados para a imprensa, inclui cartas pessoais entre cardeais, o papa e políticos sobre uma variedade de assuntos.
De acordo com a polícia o ex-mordomo tinha milhares de documentos oficiais do Vaticano em sua casa, incluindo alguns que o pontifíce queria destruir . "Eles (os documentos) não estavam todos em um só lugar. Estavam escondidos entre milhares de páginas", disse o policial Stefano De Santis, um dos agentes que revistaram a casa de Gabriele, ao tribunal. Alguns papéis, afirmou, tinham a caligrafia do papa, que havia escrito "para serem destruídos".
Gabriele alegou inocência quanto às acusações de roubo com agravante, mas disse que abusou da confiança do papa. Durante a audiência, Gabriele afirmou amar Bento 16 como um pai e disse que acreditava que o papa estava sendo 'manipulado', sem dar detalhes. Por isso decidiu fazer cópias de documentos importantes - algo que, para ele, não é um crime.
Na sexta-feira, ele fez um apelo final ao tribunal. "Minha principal convicção é a de que agi movido por um amor visceral pela Igreja e por seu líder na Terra", afirmou. "Não me considero um ladrão".
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